Iron Maiden lançou Senjutsu em setembro deste ano, mas o décimo sétimo álbum de estúdio da banda foi finalizado muito antes. Em recente entrevista à Louder Sound, Bruce Dickinson comentou o processo criativo do disco e a relação com Steve Harris.
“Eu amo a energia do álbum. Nós chegamos ao estúdio com nada planejado, olhamos uns para os outros e falamos: ‘Ok, o que vocês têm?’”, lembrou o vocalista. Nesse momento, Harris e Adrian Smith apresentaram parte de uma música na qual estavam trabalhando na época – e Bruce gostou do resultado logo de cara.
O trabalho colaborativo da banda é descrito pelo frontman do Maiden como “uma mistura entre um jogo de tênis e uma partida de malabarismo”, com participação das visões de todos os músicos. Mesmo assim, o baixista e fundador da Donzela de Ferro tem um modo próprio de direcionar o trabalho.
“Steve é muito mais controlador com suas coisas, é justo dizer. Ele pode pegar um riff de Janick [Gers] ou Adrian e desaparecer por três ou quatro dias, e então ressurge e diz: ‘Certo, tenho três músicas prontas!’ A pressão que ele coloca em si mesmo é fenomenal , e ele sempre está à altura do desafio”, continuou Dickinson.
“Quando nos sentamos para trabalhar nos vocais e linhas da melodia, ele tem os arranjos pensados com muita precisão e, muitas vezes, ele já definiu, em sua mente, um lugar muito específico para cada sílaba da letra. Como cantor, meu trabalho é buscar os espaços onde possa me colocar na performance”, explicou o vocalista. “Depois de tanto tempo em nossa carreira, sabemos como trabalhar juntos e ler um ao outro”.
Questionado se existe algum tipo de voto democrático para decidir quais músicas serão trabalhadas e o que Dickinson faz se não gostar da composição do baixista, a resposta foi pontual. “É a banda de Steve desde o primeiro dia, no final das contas. Você já conheceu Steve Harris? Se ele quiser uma música no álbum, acredite em mim, a música estará no álbum”, resumiu o cantor com uma risada.